A internet cada dia prova que através de sua existência e da competência de diversificados profissionais, espalhados pelo país, a educação a distância veio pra ficar e muito mais do que isso, ela veio para modificar a vida de muitos estejam estes no Oiapoque ou no Chuí.
Sempre houve e haverá a turma do negativismo que acha que a internet não passa de modismo, de "coisas de adolescentes". Hoje, a realidade nos mostra o contrário. Através das novas tecnologias, novos alunos ganham um novo sentido em suas vidas, um diploma, uma profissão...porque nâo dizer...ganham um novo mundo.
Como o computador entrou para a vida dos alunos de educação a distância da UnB em Cruzeiro do Sul.
Thais Antonio - Da Secretaria de Comunicação da UnB
LuizFilipe/UnBAgência | ||
Quando
começou a cursar a licenciatura em Teatro pela UnB, pelo programa
Universidade Aberta do Brasil, Maria de Nazaré Marques não imaginava o
que encontraria pela frente. Professora do ensino médio, ela ainda usava
mimeógrafo para copiar as provas que aplicava aos alunos de Cruzeiro do
Sul, no Acre. O computador foi o primeiro desafio que ela enfrentou na
educação a distância. Quatro anos depois, tem e-mail, facebook, skype e
ainda usa a internet para paquerar. “Hoje sou uma mulher conectada”,
diz.
Nazaré, como é chamada pelos colegas de curso e
professores, foi a única aluna que se formou em Teatro na primeira
turma da UAB oferecida pela UnB. Dezessete colegas desistiram pelo
caminho. “Ninguém sabia nada de computador, ainda não tinha pólo, a
gente dependia de salas de aula das escolas”, conta. “Nós, professores,
ainda copiávamos prova no mimeógrafo e não usávamos o computador como
recurso didático”.
Nas primeiras noites em frente ao
computador, chorou, xingou, jogou o teclado no chão e, finalmente,
desistiu de brigar com a máquina. “Um dia eu decidi que ia aprender a
lidar com tudo isso. Aprendi sozinha a mexer no Word. Meu sobrinho
pequeno me ajudou muito”, lembra. “A educação a distância veio tirar as
pessoas do analfabetismo digital. Ampliou os meus limites e aumentou as
possibilidades. Esse contato exercita a criatividade”.
Luiz Filipe/UnB Agência | ||
Um dos primeiros desafios de Nazaré no curso foi aprender a usar a internet |
Hoje
ela fica acordada até tarde, navegando pela internet. Fez amigos e já
até aprendeu algumas expressões em outras línguas. Tudo a partir do
curso que fez pela UnB. “A UnB mudou a minha vida totalmente. Mudou a
minha visão de mundo”, afirma. “Eles acreditaram na gente, acreditaram
que a gente é capaz e isso mudou a minha relação com os meus alunos.
Hoje acredito neles e posso dar o meu próprio exemplo na sala de aula,
quando eles acham que não conseguem fazer alguma coisa”.
PARCERIA
– Dez licenciados em Música e cinco em Artes Visuais formaram-se com
Nazaré na quarta-feira, 8 de fevereiro, em Cruzeiro do Sul. A turma faz
parte do programa UAB 1, que começou em 2007, quando 1.080 alunos
ingressaram na UnB virtualmente, por meio do ensino a distância. Em
Acrelância, município a 117 quilômetros da capital do Acre, Rio Branco,
cinco licenciados, em Artes Visuais e Música, receberam o canudo da
UnB.
Luiz Filipe/UnB Agência | |||
Secretário de Educação do Acre diz que UnB ajuda a qualificar professores. |
Para
o secretário estadual de Educação, Daniel Zen, a parceria entre a
Universidade de Brasília e o Governo do Acre, por meio do Governo
Federal, traz aos municípios que têm a oportunidade de participar da UAB
a oportunidade de preencher os cargos de professores com recursos
humanos qualificados. “Ainda mais em uma área sensível como as artes.
Muitos desses formandos ainda não são professores, mas entrarão em
nossos próximos concursos”, afirma. Ele disse que haverá uma prova ainda
este ano ou no ano que vem. “Ensino a distância é a alternativa mais
viável para democratizar o acesso ao ensino superior”.
DEMOCRATIZAÇÃO
– Segundo o secretário, todos os anos, 9 mil alunos concluem o ensino
médio e esse número deve chegar a 15 mil em quatro anos. “Se somarmos as
vagas da Universidade Federal do Acre, do Instituto Federal e das
instituições particulares, temos 5 mil vagas para 9 mil formandos. Temos
uma demanda gigantesca por ensino superior. Estamos tratando de uma
demanda reprimida”. Atualmente, o Acre conta com 94% dos professores da
rede estadual com ensino superior e parte dessa conquista deve-se ao
ensino a distância.
Para o professor Rui Seimertz,
coordenador operacional adjunto de Ensino de Graduação a Distância da
UnB , que representou o reitor José Geraldo de Sousa Junior na cerimônia
de colação de grau em Cruzeiro do Sul, os novos professores foram
“persistentes”. “Eles acreditaram bastante que essa era ‘a’ chance”,
diz. Casos como o de Nazaré, de alunos que não tinham intimidade com o
computador, foram muito constantes ao longo do curso. Este é um dos
motivos de tanta evasão – de 1.080, apenas 242 chegaram ao fim dos
cursos. O professor atribui o sucesso do diploma a uma preocupação dos
alunos com os estudos. “A maioria deles já tinha concluído um curso ou,
pelo menos, começado. Quem chegou até o fim tinha o hábito do estudo”.
Para
Rui, a Universidade de Brasília precisa criar um programa de
acompanhamento do aluno egresso. “Com isso, teremos uma ideia da
valorização do trabalho das pessoas formadas em educação a distância e o
impacto que elas geram no local onde vivem”, diz. “Também precisamos
envolver mais professores nessa modalidade de ensino, que acrescentem,
contribuam. Temos de vencer a resistência acadêmica de alguns colegas.
Os resultados mostram que dá certo”.
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